Acredito que Deus tem um plano para cada um de nós,
este plano, mais cedo ou mais tarde, se cumprirá. Há dentro de nós uma chama
que clama por justiça, igualdade, sentimentos mais nobres... Como também há
coisas “podres” tais como inveja, ciúme, ira, etc... Pelo plano sagrado de Deus
todos têm oportunidade de crescer, brilhar, amar e ser amado. Por que essas
coisas são tão difíceis, por que a humanidade insiste em ser o que é? Se
soubesse o motivo... A ganância, a humilhação não pode triunfar ante ao amor, a
fraternidade. A mudança deve ocorrer dentro de cada um de nós, mas torna-se
difícil porque parece que ao se optar por este caminho estamos nadando contra a
maré.
As ondas, as ventanias, acredito que são passageiras
e que, ao final, tudo acabará bem... A nossa luta é contra nós mesmos, contra
tudo aquilo que nos impede de sermos felizes. A luta é contra nossa família,
contra a sociedade “moderna”, pois estamos rodeados de falsas verdades, cercado
de ilusões, de vans paixões, de vícios. As nossas fraquezas são ampliadas
continuamente, diariamente através dos mais variados meios. Precisamos lutar
contra isso, tornar-se um rebelde psicológico, devemos tomar as rédeas da
história e mudá-la drasticamente, porém, como fazer isto?
A questão parece simples se ignorarmos que a
massificação do banal, da bestialidade não atingiram níveis elevados da
consciência humana. Mas ao sairmos pelas ruas constatamos que a realidade é bem
diferente, as pessoas perecem zumbis embriagados pela ânsia de achar algo
desconhecido (provavelmente a felicidade) e, nesta procura, aparece o mercado
de consumo como uma válvula de escape ante as tensões do dia a dia. A televisão
– que poderia ser utilizada como instrumento de educação de massa – contribui
com esta situação ao exibir uma realidade mais virtual ainda, colocando a
disposição do grande público uma variedade maior de fantasias e utopias. A
garota da favela sonha um dia em ser atriz ou modelo, o rapaz que se encontra
no campo almeja ir “ganhar a vida” na cidade grande, etc. são inúmeros os exemplos,
mas quando o fundamental é o esclarecimento, a educação, o debate, muito pouca
coisa aparece, pois não dá audiência. As revistas mais vendidas e os livros
mais procurados são os ditos de “auto-ajuda”, para ajudar o que? Ajudar as pessoas
que ao recitarem uma palavra de consolo a si todos os dias, encontrarão a paz e
a felicidade tão sonhadas? Não, as pessoas não necessitam de auto-ajuda, elas
precisam e querem ser reconhecidas, a suas vozes precisam ser ouvidas, basta de
promessas.
A modernidade não chegou ao terreno das relações
humanas porque o computador não se emociona, não escuta, não sente solidão.
Muitos são os isolados em si mesmos, sem esperança de dias melhores. Somos
pessoas frias com inúmeros compromissos que nos tornam ocupadas demais para olhar
o abandono em que nos encontramos. Em nossa modernidade multiplicam-se os “sem
teto”, os “sem terra” e também os “sem esperança” enfim, os “sem vida”. Há muitos doentes em estado
terminal vivendo “confortavelmente” (ou não) nas suas casas, pessoas carentes
de amor, alegria e, o que é pior, diversos jovens mantendo-se na “embriagues”
da modernidade. Há diversos mendigos de afeto e atenção vivendo entre nós...
É necessário um novo olhar às angustias mais
profundas do ser humano e para podermos mudar esta situação penso que duas coisas devem ser feitas urgentemente: primeiro, o surgimento de uma força contrária e resistente ao atual sistema implantado, força advinda da própria sociedade e capz de potencializar os sentimentos nobres de justiça, solidariedade e amor próximo. E, finalmente, que essa nova sociedade possa debater e fazer valer sua opinião e seus direitos entre os governantes e as intituições para traçar um novo caminho e um novo horizonte de modo a termos a tão sonhada justica social e igualdade.